Dólar sobe a R$ 5,73, maior patamar desde 2021, com cautela global; Ibovespa recua

Por Krouria Eranal 3 Min Read

O dólar atingiu R$ 5,73 nesta quinta-feira (1º de agosto de 2024), o maior valor desde 2021, enquanto o Ibovespa fechou em queda. Esse movimento reflete a cautela global diante de novos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos e decisões de juros pelo Federal Reserve (Fed) e Banco Central (BC) do Brasil.

Aversão ao Risco e Impactos no Mercado
A aversão ao risco global também impulsionou a alta do ouro, que atingiu um novo recorde, e afetou negativamente o mercado de criptoativos. O Fed manteve as taxas de juros inalteradas, mas sinalizou possíveis cortes a partir de setembro. No Brasil, o Copom manteve a Selic em 10,5% ao ano, mas adotou um tom mais cauteloso sobre os riscos econômicos.

Desempenho do Dólar e Ibovespa
O dólar subiu 1,43% no primeiro dia de agosto, fechando a R$ 5,736, a maior cotação desde dezembro de 2021. Em 2024, a moeda acumula uma valorização de 18,24%. O Ibovespa, seguindo a tendência de queda em Wall Street e na Europa, recuou 0,2%, fechando aos 127.395 pontos. As ações da Vale e Petrobras também caíram, pressionadas por resultados mistos do minério de ferro e queda no preço do petróleo.

Mercado de Trabalho nos EUA
Novos dados do mercado de trabalho dos EUA aumentaram os temores de que a redução dos juros pelo Fed possa ser tardia. O número de pedidos de auxílio-desemprego subiu para 249.000 na última semana de julho, o maior nível em 11 meses. Economistas previam 236.000 pedidos, e o aumento sugere um afrouxamento no mercado de trabalho.

Expectativas do Fed
O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que um enfraquecimento significativo no mercado de trabalho seria preocupante e poderia levar a cortes mais agressivos nas taxas de juros. Chris Zaccarelli, da Independent Advisor Alliance, prevê uma queda de 0,25 ponto percentual nas próximas reuniões, mas ressalta que cortes maiores podem ocorrer se o cenário piorar.

Decisão do Copom
O Copom manteve a Selic em 10,5% ao ano, destacando a incerteza global e a resiliência da atividade econômica doméstica. O comunicado do Copom foi mais duro, indicando a necessidade de maior cautela devido à elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas.

Análise dos Especialistas
Igor Rocha, economista-chefe da Fiesp, e Paulo Gala, do Banco Master e FGV, concordam que o tom mais restritivo do Copom visa desacelerar a economia em meio a riscos inflacionários. A inflação e a desvalorização cambial são fatores críticos que influenciaram a decisão de manter os juros.

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