Quais são as implicações das alterações ambientais na saúde pública e na prevenção de doenças?

Por Krouria Eranal 5 Min Read
As mudanças ambientais exigem respostas urgentes da saúde pública — e Paulo Henrique Silva Maia analisa os impactos dessas alterações na prevenção de doenças.

Conforme Paulo Henrique Silva Maia, Doutor em Saúde Coletiva pela UFMG, as alterações ambientais têm se tornado um dos maiores desafios da saúde pública contemporânea. Mudanças climáticas, poluição, desmatamento e degradação dos ecossistemas estão diretamente relacionadas ao aumento de doenças, à sobrecarga dos sistemas de saúde e à dificuldade em implementar políticas de prevenção eficazes.

Neste artigo, você entenderá de que forma os desequilíbrios ambientais afetam a saúde humana e por que a integração entre saúde pública e sustentabilidade ambiental é essencial para garantir qualidade de vida e bem-estar para as atuais e futuras gerações.

Como as alterações ambientais impactam a saúde das populações?

As alterações ambientais afetam a saúde humana de maneira direta e indireta. Elas influenciam a ocorrência e distribuição de doenças infecciosas, respiratórias, cardiovasculares, além de comprometerem a segurança alimentar e hídrica. De acordo com Paulo Henrique Silva Maia, eventos climáticos extremos, como ondas de calor, enchentes e secas, afetam especialmente populações vulneráveis, ampliando desigualdades sociais e gerando impactos sanitários de grande escala.

Entre os principais efeitos na saúde pública, destacam-se:

  • Aumento de doenças transmitidas por vetores (como dengue, zika e malária)
  • Agravos respiratórios causados por poluição do ar e queimadas
  • Doenças de origem hídrica (como leptospirose e diarreias)
  • Insegurança alimentar e desnutrição por impactos na agricultura
  • Estresse, ansiedade e transtornos mentais relacionados a desastres ambientais

Qual é a relação entre mudanças climáticas e doenças infecciosas?

Mudanças climáticas, como o aumento da temperatura e a alteração do regime de chuvas, criam condições ideais para a proliferação de vetores transmissores de doenças, como mosquitos e carrapatos. Com isso, doenças que antes eram restritas a regiões tropicais têm se expandido para novas áreas, incluindo zonas urbanas densamente povoadas. 

Segundo Paulo Henrique Silva Maia, isso exige que os sistemas de vigilância e prevenção sejam redesenhados, com base em novos padrões climáticos e sociais. A saúde pública precisa antecipar esses cenários para agir preventivamente e não somente reativa, evitando epidemias e reduzindo os impactos humanos e econômicos.

Paulo Henrique Silva Maia destaca a importância de políticas integradas entre meio ambiente e saúde para enfrentar os riscos provocados pelas alterações climáticas.
Paulo Henrique Silva Maia destaca a importância de políticas integradas entre meio ambiente e saúde para enfrentar os riscos provocados pelas alterações climáticas.

Quais são os grupos mais afetados pelas alterações ambientais?

As populações mais vulneráveis são sempre as mais atingidas: crianças, idosos, pessoas com doenças crônicas, moradores de áreas de risco e comunidades com baixo acesso a serviços de saúde e saneamento básico. Esses grupos sofrem mais com a falta de água potável, o aumento das temperaturas, a exposição à poluição e a escassez de alimentos — fatores que agravam desigualdades sociais e dificultam a recuperação diante de crises ambientais.

Paulo Henrique Silva Maia explica que a justiça ambiental deve ser um princípio norteador das políticas de saúde pública, garantindo atenção especial a quem mais precisa. A integração entre saúde e meio ambiente é uma estratégia fundamental para a prevenção de doenças e a promoção da saúde. Algumas medidas eficazes incluem:

Fortalecer a vigilância epidemiológica e ambiental

Monitorar padrões de doenças em relação a dados climáticos e ambientais permite identificar riscos com antecedência e planejar ações preventivas.

Investir em saneamento básico e acesso à água segura

Essas ações reduzem a exposição a doenças infecciosas e aumentam a resiliência das comunidades em períodos de crise ambiental.

Desenvolver políticas públicas intersetoriais

Educação, transporte, habitação, agricultura e saúde devem atuar integradamente para mitigar os efeitos das alterações ambientais.

Incentivar práticas sustentáveis na gestão pública e privada

Hospitais, escolas e empresas podem adotar medidas de redução de emissão de poluentes, economia de água e energia, e gestão adequada de resíduos.

Em suma, Paulo Henrique Silva Maia frisa que as alterações ambientais representam uma ameaça silenciosa, mas crescente, à saúde pública global. Para enfrentá-las, é preciso adotar uma abordagem integrada, que combine ciência, políticas públicas, educação e participação social.

Autor: Krouria Eranal

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