Com manicures robôs em casa dignos de um salão profissional e conselhos especializados para o cuidado da pele graças à inteligência artificial (IA), a indústria da beleza aposta na tecnologia para democratizar serviços às vezes reservados aos ricos e celebridades.
É o caso do Nimble, apresentado como o primeiro dispositivo do mundo que combina IA e robótica complexa para pintar as unhas e secá-las em apenas 25 minutos… e em casa, o que não requer agendamento prévio.
O aparelho, uma caixa branca de oito quilos, está em exposição esta semana na Consumer Electronics Show (CES), que reúne o melhor da indústria de tecnologia todos os anos em Las Vegas, nos Estados Unidos.
Segundo seus criadores, o Nimble utiliza microcâmeras de alta resolução e imagens tridimensionais para determinar o formato, o tamanho e a curvatura das unhas. Em seguida, um pequeno braço robótico guiado por algoritmos de IA aplica o trio “base-esmalte-acabamento” enquanto um soprador seca a cada camada.
Quando estiver à venda em março por 599 dólares(quase 3 mil reais na cotação atual), haverá mais de trinta cores disponíveis em cápsulas ao preço de 10 dólares (quase 50 reais).
A IA, já um elemento básico da inovação tecnológica de consumo, também trilha seu caminho em produtos de maquiagem e cuidados com a pele.
“A tecnologia nos ajuda a construir relacionamentos mais próximos com nossos clientes”, disse Nicolas Hieronimus, CEO da gigante de cosméticos L’Oréal, na sessão de abertura da CES na terça-feira.
Quando se trata de beleza, acrescentou, estas inovações oferecem “experiências inclusivas” e permitem que “as pessoas expressem quem são”.
Diante de um público de cerca de 2 mil pessoas, além daquelas que se conectaram online, o executivo demonstrou o aplicativo gratuito Beauty Genius, que pretende ser um “consultor pessoal virtual” baseado em IA.
Recomenda produtos de cuidado e maquiagem, orienta técnicas, tira dúvidas sobre problemas como acne, queda de cabelo, entre outros, e permite que os usuários experimentem os produtos virtualmente.
– Testes virtuais –
Esse também é o objetivo do programa Beautiful AI, criado pela Perfect Corp, que combina IA generativa e realidade virtual para realizar análises de pele ao vivo, provas de penteados ou joias em 3D e fazer recomendações.
Em um estudo publicado em maio, a empresa de consultoria McKinsey estimou a indústria global da beleza em 430 bilhões de dólares em 2022 (2,24 trilhões de reais na cotação da época) e espera que atinja 580 bilhões de dólares em 2027 (2,83 trilhões de reais na cotação atual). Suas vendas online quase quadruplicaram entre 2015 e 2022.
A coreana Prinker, especialista em tatuagens temporárias, apresenta este ano um produto semelhante de aplicação de maquiagem.
Mais uma vez se recorre à IA, com um scanner biométrico 3D para mapear características faciais, depois aconselhar sombras para os olhos e contornos antes de “imprimir” os pós na pele.
Os cabelos também são contemplados. Esta semana, a L’Oréal apresenta em estreia mundial um secador conectado que pode ser configurado através de um aplicativo, considerando o tipo de cabelo e adaptando a potência e a distribuição de calor.
O Airlight Pro – que estará à venda em abril – utiliza luz infravermelha para secar, o que preserva a hidratação e economiza 31% de energia em relação a um aparelho convencional, explicou Adrien Chrétien, executivo da L’Oréal.
O Colorsonic, um dispositivo para colorir os cabelos com cartuchos reutilizáveis, também deve ser lançado ainda este ano.