Presidente Lula e o líder chinês deverão discutir o comércio bilateral, investimentos no país e a chamada “nova rota da seda”
O presidente da China, Xi Jinping, planeja ir ao Brasil em novembro para uma visita de Estado.
A data da viagem ainda não foi oficialmente confirmada, mas será provavelmente às vésperas da cúpula do G20, que vai acontecer no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19 de novembro.
Fontes do Itamaraty confirmaram a este blog que o governo chinês já deu indicações claras e fortes de que Xi Jinping quer aproveitar a viagem para o G20 para também se encontrar com o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), em Brasília.
Uma visita de Estado é a forma mais importante de encontro diplomático entre países, e normalmente envolve muita pompa e cerimônia por parte do governo anfitrião.
Em abril do ano passado, Lula foi recebido por Xi Jinping em Pequim também para uma visita de Estado. Na ocasião, os dois países assinaram mais de 20 acordos em diferentes áreas, como agricultura, meio ambiente e ciência e tecnologia.
Segundo o Itamaraty, uma pauta bilateral bastante ampla deverá ser discutida entre os dois líderes também no Brasil.
A China é, de longe, o maior parceiro comercial do Brasil.
Em 2023, as exportações brasileiras para os chineses quebraram o recorde histórico e chegaram a US$ 104 bilhões. As importações chegaram a US$ 53.175 bilhões.
Além do comércio bilateral, Lula e Xi Jinping também deverão discutir as possibilidades de mais investimentos chineses no Brasil e a geopolítica mundial.
Além de parte do G20, as duas nações também são parceiras nos BRICS, o grupo dos grandes países em desenvolvimento.
É quase certo também que o líder chinês volte a insistir na possibilidade de adesão do Brasil à chamada “nova rota da seda”.
A iniciativa prevê investimentos chineses em projetos de infraestrutura em regiões como América Latina e África.
No entanto, a iniciativa envolve também linhas de financiamento rígidas que geraram críticas por parte de muitos países que acabaram se endividando demais com a China.
Pequim também costuma exigir o uso de mão-de-obra e produtos chineses nos projetos financiados como parte da “nova rota da seda”.
O governo da China vem insistindo há anos para que o Brasil também faça parte da iniciativa, mas há dúvidas sobre os reais benefícios para o país.