Espinha bífida: entenda o que é e como o tratamento intrauterino pode ajudar o bebê ainda na gestação

Por Krouria Eranal 5 Min Read
Dra. Thaline Neves explica o que é a espinha bífida e como o tratamento intrauterino pode melhorar a qualidade de vida do bebê.

De acordo com a Dra. Thaline Neves, a espinha bífida é uma malformação congênita da coluna vertebral que ocorre nas primeiras semanas de gestação, quando a medula espinhal do feto não se desenvolve corretamente. Tendo isso em vista, essa condição pode gerar impactos significativos na mobilidade e no desenvolvimento neurológico da criança, mas os avanços da medicina fetal têm trazido esperança para muitas famílias. 

Entre os principais progressos, destaca-se o tratamento intrauterino, que tem como objetivo corrigir parcialmente o defeito ainda durante a gravidez. Interessado em saber como isso é possível? Este artigo apresenta de forma clara e acessível o que é a espinha bífida, como ela pode ser diagnosticada precocemente e quais são as possibilidades de tratamento antes do nascimento.

O que é espinha bífida e quais são os seus tipos?

A espinha bífida é uma falha no fechamento do tubo neural, estrutura embrionária que dará origem ao cérebro e à medula espinhal. Esse defeito pode ocorrer em diferentes níveis da coluna vertebral e variar em gravidade. Segundo a Dra. Thaline Neves, essa anomalia afeta o sistema nervoso central e pode provocar desde alterações leves até paralisias permanentes.

Existem três formas principais de espinha bífida: espinha bífida oculta, meningocele e mielomeningocele, como pontua Thaline Neves. A primeira é a forma mais branda e geralmente não apresenta sintomas. Já a meningocele ocorre quando as meninges se projetam para fora da coluna, formando um saco. A mais grave é a mielomeningocele, em que a medula espinhal também se exterioriza, aumentando o risco de infecções e comprometimentos neurológicos.

Como é feito o diagnóstico da espinha bífida durante a gravidez?

O diagnóstico pré-natal da espinha bífida é feito principalmente por meio de exames de imagem, como a ultrassonografia morfológica do segundo trimestre. Conforme informa a Esse exame permite visualizar possíveis alterações na coluna fetal. Logo, em casos suspeitos, exames complementares, podem ser solicitados para confirmar a anomalia e avaliar sua gravidade.

Saiba com a Dra. Thaline Neves como a cirurgia fetal pode ajudar no desenvolvimento de bebês diagnosticados com espinha bífida ainda na gestação.
Saiba com a Dra. Thaline Neves como a cirurgia fetal pode ajudar no desenvolvimento de bebês diagnosticados com espinha bífida ainda na gestação.

Conforme destaca a Dra. Thaline Neves, a detecção precoce é essencial para planejar a melhor abordagem terapêutica e preparar a equipe médica para um acompanhamento especializado. Além disso, o diagnóstico intrauterino possibilita discutir com os pais a possibilidade de tratamento fetal, que pode minimizar os danos neurológicos à criança.

Quando o tratamento intrauterino é indicado?

De acordo com a Dra. Thaline Neves, o tratamento intrauterino é geralmente indicado nos casos de mielomeningocele, forma mais grave da espinha bífida. A correção cirúrgica fetal pode ser realizada entre a 24ª e a 26ª semana de gestação, dependendo das condições da mãe e do feto. Esse procedimento visa proteger a medula espinhal do contato com o líquido amniótico e evitar danos progressivos durante a gestação. No entanto, não é uma solução definitiva, e a criança pode ainda necessitar de cuidados especializados ao longo da vida.

Os benefícios do tratamento intrauterino para o bebê

Por fim, o tratamento intrauterino da espinha bífida apresenta uma série de benefícios comprovados por estudos médicos e práticas clínicas. Entre os principais, podemos destacar:

  • Redução do risco de hidrocefalia: a cirurgia fetal diminui a necessidade de colocação de válvulas no cérebro após o nascimento.
  • Melhora da função motora: crianças tratadas intrauterinamente tendem a ter melhor controle dos membros inferiores.
  • Menor necessidade de cirurgias futuras: a intervenção precoce reduz complicações associadas à mielomeningocele.
  • Melhora na qualidade de vida: a correção intrauterina pode proporcionar mais autonomia e menor grau de deficiência física.

Esses benefícios reforçam a importância de um diagnóstico precoce e de uma equipe médica experiente na avaliação de cada caso.

Esperança e avanços no tratamento da espinha bífida

Em resumo, a espinha bífida é uma condição complexa, mas os avanços no diagnóstico e no tratamento intrauterino têm ampliado as perspectivas para os bebês diagnosticados ainda na gestação. Dessa forma, a cirurgia fetal representa um marco importante na abordagem da mielomeningocele, proporcionando melhores resultados neurológicos e funcionais.

Assim sendo, o acompanhamento precoce, a atuação de profissionais qualificados e o acolhimento da família são pilares essenciais para garantir qualidade de vida e inclusão para as crianças com espinha bífida. Ou seja, com informação, apoio e acesso ao tratamento adequado, é possível construir um futuro mais positivo para esses pequenos.

Autor: Krouria Eranal

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