Rodrigo Balassiano, especialista no mercado de capitais, destaca que a ICVM 175 trouxe uma série de avanços regulatórios capazes de transformar o funcionamento dos fundos com foco regional. Essa regulamentação, ao modernizar a estrutura dos fundos de investimento, busca criar condições mais favoráveis para direcionar recursos a projetos e empresas localizadas em determinadas regiões do país. Com isso, o mercado passa a contar com instrumentos mais eficientes para fomentar o desenvolvimento local, equilibrando a concentração de investimentos nos grandes centros e ampliando oportunidades em áreas menos exploradas.
Fundos com foco regional e a modernização regulatória
A principal contribuição da ICVM 175 está na simplificação e padronização das regras aplicáveis aos fundos com foco regional. Antes, a rigidez regulatória era um dos principais entraves à expansão desse modelo, já que limitava a flexibilidade dos gestores. Agora, há maior liberdade para estruturar estratégias que contemplem ativos locais, o que favorece a diversificação econômica e o crescimento de setores específicos em diferentes estados e municípios. Ao facilitar a adaptação dos fundos às realidades regionais, a norma fortalece a capacidade de atração de capital privado para áreas que historicamente enfrentavam dificuldades em captar investimentos.

Estímulo à descentralização econômica
Os fundos com foco regional desempenham papel estratégico na descentralização econômica, ao permitir que recursos de investidores sejam direcionados para negócios e projetos fora dos grandes polos financeiros. A ICVM 175 reforça esse papel ao criar mecanismos de governança e transparência mais robustos, aumentando a confiança dos cotistas. Dessa forma, empreendimentos em setores como agronegócio, energia renovável, infraestrutura e tecnologia local ganham espaço, contribuindo para a geração de empregos e renda em áreas que antes tinham menor visibilidade no mercado de capitais.
Governança e proteção ao investidor
A proteção ao investidor é um dos pontos centrais da ICVM 175. Nos fundos com foco regional, essa proteção se materializa na exigência de relatórios mais detalhados, mecanismos de segregação de patrimônio e auditorias regulares. Esses elementos aumentam a segurança de quem aplica recursos em ativos regionais, reduzindo riscos de má gestão ou uso inadequado do capital. Para os gestores, trata-se de um incentivo adicional, já que a transparência e a governança fortalecem a credibilidade do fundo no mercado. Rodrigo Balassiano ressalta que essa evolução regulatória não apenas estimula a captação de recursos, mas também promove maior responsabilidade na aplicação em projetos locais.
A tecnologia como aliada na expansão regional
Outro fator relevante é o papel da tecnologia. A ICVM 175 incentiva práticas digitais de monitoramento, registro e divulgação de informações, o que facilita a gestão de fundos com foco regional. Plataformas digitais tornam o acompanhamento mais ágil e permitem que investidores de diferentes localidades tenham acesso a informações claras sobre a performance do fundo. Essa modernização, além de reduzir custos operacionais, amplia a inclusão de investidores que antes não participavam desse mercado devido à falta de transparência e acesso a dados confiáveis.
Perspectivas para os fundos regionais
O ambiente criado pela ICVM 175 é favorável ao crescimento dos fundos com foco regional no Brasil. A tendência é que esses veículos se consolidem como alternativas cada vez mais atrativas para investidores que buscam diversificação e, ao mesmo tempo, desejam contribuir para o desenvolvimento local. Rodrigo Balassiano acredita que a combinação de maior flexibilidade regulatória, governança sólida e avanço tecnológico será determinante para que esses fundos alcancem protagonismo no mercado de capitais, estimulando a descentralização e promovendo um ciclo positivo de crescimento regional.
Considerações finais
A ICVM 175 representa um marco para o fortalecimento dos fundos com foco regional. Ao alinhar simplicidade regulatória, segurança ao investidor e estímulo à inovação tecnológica, a norma cria um ambiente mais propício para que esses fundos desempenhem um papel estratégico no desenvolvimento econômico do país. Para Rodrigo Balassiano, esse movimento aproxima o mercado brasileiro das melhores práticas internacionais, permitindo que os recursos financeiros sejam direcionados de maneira mais eficiente para regiões que necessitam de estímulos adicionais. Assim, os fundos regionais não apenas oferecem rentabilidade, mas também contribuem de forma direta para a construção de um mercado mais equilibrado e sustentável.
Autor: Krouria Eranal